segunda-feira, 28 de junho de 2010



Testamento de uma alma

Ainda ando tentando entender o que se passa em você
Como se fosse um círculo perpétuo
De mil e uma emoções reprimidas
Entrando em erupção atrasada

Meu anjo negro,ainda que não consiga sentir seu corpo
Eu posso sentir de longe o seu medo
Ouço as vozes que falam contigo
E vejo os olhos que te seguem...

As minhas asas,você carrega
Você está protegido,saiba disso
Por mais que eles tentem
Nunca vão te tirar de mim...

Sou onisciente,sei de toda tua dor
Sou onipresente,eu acompanho cada passo seu
Tentando seguir-te
Não importa se até o paraíso ou o inferno

Prefiro mil vezes não servir no céu
Prefiro mil vezes não reinar no inferno
Quero apenas um momento efêmero e singelo na Terra
Para te amar e ser amada por ti mais um minuto

Jamais esqueça meus olhos
Eles te guardarão
Meu anjo negro...
Não esqueça do amor que me matou...

terça-feira, 22 de junho de 2010



Torrente de mágoa


Ainda não sei por quanto tempo esse grito vai ecoar
Dentro desse peito vazio até sair livre
E buscar na segurança dos ouvidos
Um jeito de não me enlouquecer

Por dentro eu sou vidro trincado
Prestes a estilhaçar
Espero apenas a pedra que vai me acertar
E me despedaçar pra sempre

Tende pena dessa alma miserável
Já tão frágil quanto uma flor
Cujas pétalas vão embora com o vento
E não voltam jamais

Eu vou quebrar,por favor ande depressa
Eu não tenho tempo
Não tenho mais forças
Para agüentar...

Ou despedaças o resto de amor que ainda me sobra
Ou abraça-me e nunca mais me deixa sozinha...

sábado, 29 de maio de 2010



Última Noite

Eu vejo nos seus olhos o desespero
Entendo se por acaso você quiser ir...
Mas hoje,e apenas hoje
Finja que somos só nós no mundo todo

Eu vejo todas as suas mentiras
Enquanto tentas me convencer de que está tudo bem
Posso tentar engolir tudo calada
Endurecendo o que restou do meu coração

Por favor...ao menos hoje
Finja que tudo que há no mundo é morte
E que nós somos todo o resquício de amor que sobrou
Em meio as suas lágrimas e o meu sorriso

E que só o que nos observa é a lua,inerte
Que brilha mais no céu que se forma nos seus olhos

terça-feira, 18 de maio de 2010




Amor meu louco amor...


O amor desconhece a loucura
Porque pra ele tudo é tão normal
Que louco é quem não entende
Que a loucura é a conseqüência de um grande amor

Logo,loucura pouca é bobagem

Pra quem tem um amor tão cego quanto um morcego

terça-feira, 11 de maio de 2010

Fotografia antiga


Antes que eu achasse que te fazia bem
Descobri um lado que eu não conhecia.
Descobri um alguém alegre como a música
E livre como o vento
Por fraqueza própria
Acho eu,que nunca irei te ver assim
Ao menos não agora...
Por mais que eu deseje muito

Permaneço eu aqui,
Com o orgulho profundamente ferido
Ainda almejando ter
Esse sorriso tão eterno e tão efêmero

Como uma delicada flor no meio do nada...

terça-feira, 9 de março de 2010


Criatura Noturna

Minha virtude é ser névoa
Minha fortaleza é não ver brilho
Meu instinto,assassino
E minha crença,selvagem

Minhas asas não me permitem cair
Meus pés não me permitem tropeçar
Minha voz não me deixa contar
Todos os segredos da minha vida

Leva-me pra longe sem nenhuma certeza
Sou águia livre a voar
Por um tempo serei sua guia
Até te abandonar

O vento que me abraça é falso e mata
Os olhos que me perseguem são frios
Sou apenas mais um ser a tentar sobreviver
Nesse pântano de mentiras...

Corro com velocidade de lobo para escapar
De tudo o que me persegue
Corro da luz dos homens
Buscando a ignorância dos inocentes

Meu destino é incerto
Mas minha incerteza é inexistente
Eu quero ganhar o mundo
Com a mente limpa de uma criança

segunda-feira, 1 de março de 2010




Fantasma

Foi tentando entender as pessoas que eu me tornei um ser cego e frio
Absorvendo toda magoa que sentiam quando eu não correspondi
Sabendo que tudo aquilo fazia mal,eu persisti fiquei todo o tempo ali
E agora que eu vejo que transformei em raiva tudo o que eu achei que era meu amigo

Cansei de chorar,por tudo que me quer calar
Quebrei minha alma,e fiz até mais do que me dispunha
E só agora pude perceber que estavam eles todos errados
E que eu que me subjuguei agora posso levantar e gritar

Recolorindo meus olhos perdidos,lembro-me da época que eu me achei feliz
Achando-me de toda maldade escondida,que ele não me acharia
Tentei escrever minhas lágrimas e descobri que estava tudo errado
As máscaras caíram e eu que terminei machucada

Mas me ergui,com o clarão que me fez acordar
Se ninguém me matar eu volto agora para libertar
A consciência que adormeceu pelos anos que eu tive mágoa
Volto agora que é minha vez pra reconquistar o meu lugar

Pra quem não me enxerga mais,tomo de volta o que é meu
E por direito sou incômodo permanente,sou fantasma

E agora que sei,depois do baile passar
Eu já vi as caras daqueles que tentaram me derrubar
Eu já sei o que fazer dessa vez,eu já terminei de me armar

Pra quem não me enxerga mais,tomo de volta o que é meu
E por direito sou incômodo permanente,sou fantasma
Para sempre eu sou um fantasma....